quarta-feira, 29 de junho de 2016


SOCIEDADE 

'Zé do Benfica' confirma esquema em tribunal

José Carriço revelou ainda que um dos intermediários no esquema de tráfico é agente de jogadores de futebol

x-diretor do gabinete de apoio aos jogadores do Benfica, José Carriço – conhecido como ‘Zé do Benfica’ –, admitiu em tribunal o seu envolvimento no esquema de tráfico de droga desmantelado no âmbito da Operação Porta 18 e revelou que um dos intermediários com quem se reuniu era agente de jogadores.
O também ex-motorista de Luís Filipe Vieira admitiu durante a primeira sessão de julgamento, que decorre no Tribunal de Santarém, que o esquema foi desenhado nos corredores do Estádio da Luz e que só aceitou entrar no tráfico de cocaína para suportar despesas de saúde da filha de seis anos – que diz precisar de tratamentos caros.
Segundo a versão do ex-funcionário do clube da Luz, os encontros com os traficantes, brasileiros e colombianos, começaram em 2014 e eram feitos sob a aparência de negócios legais – venda de barcos ou de enguias.
Depois de alguns encontros no Estádio da Luz e de ter já conseguido contactos importantes nos países da América Latina, José Carriço começou a ter reuniões com diversos agentes em hotéis de Lisboa.
Perante os juízes, Carriço falou ainda dos insucessos do seu esquema, das dívidas e chorou quando falou da doença da filha, menor de idade.
José Seco e Carlos Pedro são os outros dois arguidos que respondem em tribunal pelo crime de tráfico de estupefacientes. Além destes, a rede liderada por José Carriço contava com Mário Cordeiro, elemento que entretanto morreu vítima de doença prolongada.

O esquema de tráfico
Segundo fonte oficial da Polícia Judiciária esclareceu aquando da detenção, em Julho de 2015, “a organização criminosa em causa, composta por indivíduos portugueses, dedicava-se à importação de produto estupefaciente para território nacional desde a América do Sul, por via aérea”. No decurso da operação montada foram apreendidos “9,5 kg de cocaína, dois veículos automóveis de gama alta e outros bens e objetos resultantes da sua atividade criminosa.”
Esta semana em tribunal, José Carriço explicou que o esquema passava por recolher droga oriunda do Brasil no aeroporto Sá Carneiro e vendê-la de seguida. Por cada carregamento Carriço esperava receber 20 mil euros, montante que dividiria com José Seco.
Porém e apesar de ter sido tudo pensado ao pormenor, o arguido explicou aos juízes que o esquema foi um fracasso e que a única droga que passou foram os 9,5 quilos que acabaram apreendidos pela PJ na estação de serviço de Santarém.
Os fracassos foram muitos, contou José Carriço: Em 2014, por engano, uma encomenda de droga foi enviada de São Paulo para Lisboa e não para o aeroporto Sá Carneiro e outras duas foram apreendidas no Brasil antes de virem para a Europa.

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