quarta-feira, 29 de junho de 2016

josé Carriço contava receber cerca de 10 mil euros por cada mala de cocaína recebida no aeroporto Sá Carneiro
José Carriço, 55 anos, ex-motorista do presidente do Benfica e ex-diretor do departamento de apoio aos jogadores do clube da Luz, explicou esta segunda-feira, dia 27 de junho, no Tribunal de Santarém, o esquema de tráfico de estupefacientes em que estava envolvido.
O homem também conhecido por "Zé do Benfica" revelou num depoimento detalhado o modo como a troco de cinco mil euros, pagos previamente, alguém com acesso às bagagens e capacidade de as retirar sem controlo alfandegário, fazia sair do Aeroporto Sá Carneiro, no Porto, malas carregadas com cocaína, proveniente da América do Sul.
Carriço e dois outros arguidos (o quarto envolvido no esquema entretanto faleceu) respondem agora pelo crime de tráfico de estupefacientes na forma agravada. O ex-motorista do presidente do Benfica já confirmou o teor de grande parte da acusação e justificou a sua participação no crime com as suas dificuldades financeiras.
"Zé do Benfica" contava receber por cada mala com vários quilos de droga - recolhida no Aeroporto do Porto e geralmente proveniente do Brasil - cerca de 20 mil euros que dividia com José Seco, de 59 anos, reporta o JN.
Segundo fez saber o homem de 55 anos ao coletivo de juízes, no início do julgamento, apenas uma mala com cerca de 9,5 quilos de cocaína terá efetivamente passado, a mesma com a qual foi apanhado pela Polícia Judiciária em julho do ano passado, quando regressava de Valença. Carriço explicou que o comprador recusou a droga, argumentando fraca qualidade, e devolveu-a, daí ter sido encontrada na sua posse quando foi intercetado na zona de Santarém ao volante de um Audi A4, propriedade do Benfica.
As tentativas anteriores de tráfico falharam do mesmo modo, de acordo com "Zé do Benfica".
Duas malas, uma com 8,9 quilos e outra com 27 quilos de cocaína, foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos, no Brasil. Em 2014, a mala enviada de São Paulo terá chegado por engano ao Aeroporto Humberto Delgado, onde foi confiscada pela PJ.
Em novembro desse ano, as atividades do grupo começaram a ser investigadas pela PJ. A operação recebeu, nessa ocasião, o nome "Porta 18", por ser nessa porta do Estádio da Luz que alguns dos suspeitos se encontraram com José Carriço.

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