quarta-feira, 7 de outubro de 2015


MANUEL QUEIROZ

A transparência de Bruno

por MANUEL QUEIROZHoje
Parece um bocadinho estranho, para dizer o mínimo, que o presidente de um grande clube como o Sporting aceite ir a um programa como o "Prolongamento", da TVI 24, sobretudo porque estava previsto um confronto sem lei com uma figura menor como Pedro Guerra, diretor de conteúdos da Benfica TV, funcionário parlamentar do CDS. A coisa acabou aos gritos e insultos, literalmente. Como se previa. Mas o presidente do Sporting, que de facto chegou ao poder sem que os jornalistas fizessem o trabalho de saber de onde vinha, fez algumas revelações. A três semanas do dérbi, o Benfica foi alvo, entre outras coisas, por causa de prendas a árbitros - uma camisola histórica do clube, uma entrada para o Museu e um voucher para quatro refeições num restaurante para cada árbitro, assistentes, quarto árbitro e dois delegados. Parece excessivo como liberalidade - como bem notou BdC, o preço de uma refeição depende muito do que se bebe. E por muito que não se acredite que compre alguém assim, deve haver limites e há bom remédio: os clubes fazerem na Liga um regulamento para as prendas, especificando tudo. Na parte mais séria, BdC disse que o Sporting tem direito a levar a tribunal os contratos com que não concorda - e nisso tem razão. Não é conhecido o contrato da Doyen com o Sporting sobre Rojo, mas é facto que alguns desses acordos estão no limite do aceitável.Outra coisa é dizer que a ligação do Sporting ao Recreativo da Caála para a contratação de Bruno Paulista era transparente e clara. BdC fez há dias um longo discurso na Assembleia Geral do Sporting e não fez nenhuma alusão a esse acordo tão estranho. É que se percebem mal as diferenças entre o acordo com o clube angolano e um contrato com um fundo qualquer. Sobretudo para quem fez disso, a certa altura, a sua grande batalha pela transparência.

Nenhum comentário: